De Tweede Ronde. Jaargang 25
(2004)– [tijdschrift] Tweede Ronde, De– Auteursrechtelijk beschermd
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Drie gedichten
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AdiamentoDepois de amanhã, sim, só depois de amanhã...
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não...
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjectividade objectiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um eléctrico...
Esta espécie de alma...
Só depois de amanhã...
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-me para pensar amanhã no dia seguinte
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...
Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
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[Nederlands]Pas overmorgen...
Toen ik kind was vermaakte het zondagscircus mij elke week.
Vandaag vermaakt mij slechts het zondagscircus van elke week van mijn jeugd...
Overmorgen zal ik een ander mens zijn,
Mijn leven zal zichzelve meester zijn,
Al mijn ware eigenschappen van verstandig en belezen, praktisch mens
Zullen bij proclamatie worden opgetrommeld...
Maar bij een proclamatie van morgen...
Vandaag wil ik slapen, morgen stel ik die proclamatie op...
Vandaag, wat is vandaag de voorstelling die mij mijn jeugd zou prolongeren?
Zelfs om morgen de kaartjes te kopen,
Want de voorstelling is overmorgen pas...
Eerder niet...
Overmorgen zal ik de openbare pose hebben die ik morgen bestuderen zal.
Overmorgen zal ik eindelijk zijn wat ik vandaag nooit zijn kan.
Overmorgen pas...
Ik heb slaap als de kou van een zwerfhond.
Ik heb erge slaap.
Morgen zal ik je de woorden zeggen, of overmorgen...
Ja, misschien pas overmorgen...
Later...
Later, ja...
[1928]
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[Portugees]Só depois de amanhã...
Quando era criança o circo de domingo divertia-me toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância...
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e práctico
Serão convocadas por um edital...
Mas por um edital de amanhã...
Hoje quero dormir, redigirei amanhã...
Por hoje, qual é o espectáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espectáculo Antes, não...
Depois de amanhã terei a pose püblica que amanhã estudarei.
Depois de amanhã serei fmalmente o que hoje não posso nunca ser.
Só depois de amanhã...
Tenho sono como o fno de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã...
Sim, talvez só depois de amanhã...
O porvir...
Sim, o porvir...
[1928]
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[2]Geen plichten hebben, geen vaste uren, geen werkelijkheden...
Een menselijke vogel zijn
Die halcyonisch zweeft boven de onverzoenlijkheid der wereld -
Zijn nachtelijk brood verdienend met het zweet van andermans aanschijn -
Treurig manusje-van-alles
In het colosseum van tranen,
En een antieke compère, iets gevulder dan Venus van Milo,
In de kortdurendheid der toevalligheden.
En een beetje zon, tenminste, voor de dromen waarin ik niet leef.
Zou het niet beter wezen
Niets te doen?
Alles langs het leven omlaag te laten rollen
Naar een schipbreuk zonder water?
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[Portugees]Não ter deveres, nem horas certas, nem realidades...
Ser uma ave humana
Que passé halciónica sobre a intransigência do mundo -
Ganhando o pão da sua noite com o suor da fronte de outros -
Faz-tudo triste
No coliseu com lágrimas,
E compère antigo, um pouco mais cheio que Vénus de Milo,
Na insubsistência dos acasos.
E um pouco de sol, ao menos, para os sonhos onde não vivo.
Não será melhor
Não fazer nada?
Deixar tudo ir de escantilhão pela vida abaixo
Para um naufrágio sem água?
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[Nederlands]Zou het niet beter wezen
Niets te plukken
In de gedroomde rozelaars,
En rustig liggen, denkend aan de ballingschap van anderen,
In de te komen lentes?
Zou het niet beter wezen
Af te zien, net als het knappen van ballonnetjes
Op volkse kermissen,
Van alles,
Ja, van alles,
Absoluut van alles?
[1934]
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[Portugees]Não será melhor
Colher coisa nenhuma
Nas roseiras sonhadas,
E jazer quieto, a pensar no exílio dos outros,
Nas primaveras por haver?
Não será melhor
Renunciar, como um rebentar de bexigas populares
Na atmosfera das feiras,
A tudo,
Sim, a tudo,
Absolutamente a tudo?
[1934]
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[3]De slaap die over mij komt,
De geestelijke slaap die fysiek over mij komt,
De universele slaap die individueel over mij komt -
Die slaap
Zal anderen de slaap van slapen lijken,
De slaap van willen slapen,
De slaap van slaap zijn.
Maar hij is meer, meer van binnen, meer van boven:
Het is de slaap van de som van alle desillusies,
Het is de slaap van de synthese van alle vertwijfelingen,
Het is de slaap van dat er wereld bij mij binnen is
Zonder dat ik daartoe in iets heb bijgedragen.
De slaap die over mij komt
Is niettemin als alle soorten slaap.
De vermoeienis heeft althans mildheid,
De neerslachtigheid heeft althans rust,
De overgave is althans het eind van elke inspanning,
Het eind is althans dat niets meer te hopen valt.
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[Portugees]O sono que desce sobre mim,
O sono mental que desce fisicamente sobre mim,
O sono umversal que desce individualmente sobre mim -
Esso sono
Parecerá aos outros o sono de dormir,
O sono da vontade de dormir,
O sono de ser sono.
Mas é mais, mais de dentro, mais de cima:
É o sono da soma de todas as desilusões,
É o sono da síntese de todas as desesperanças,
É o sono de haver mundo comigo lá dentro
Sem que eu houvesse contnbuído em nada para isso.
O sono que desce sobre mim
É contudo como todos os sonos.
O cansaço tem ao menos brandura,
O abatimento tem ao menos sossego,
A rendição é ao ménos o fim do esforço,
O fim é ao menos o já não haver que esperar.
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[Nederlands]Er is een geluid van een venster dat opengaat,
Onverschillig draai ik mijn hoofd naar links
Over de schouder die het voelt,
Ik kijk door het halfopen raam:
Het meisje van tweehoog aan de overkant
Leunt naar buiten met haar blauwe ogen naar iemand op zoek.
Naar wie?,
Vraagt mijn onverschilligheid.
En dit alles is slaap.
Mijn God, wat een slaap!...
[1935]
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[Portugees]Há um som de abnr uma janela,
Viro indiferente a cabeäa para a esquerda
Por sobre o ombro que a sente,
Olho pela janela entreaberta:
A rapariga do segundo andar de defronte
Debruça-se com os olhos azuis à procura de alguém.
De quem?,
Pergunta a minha indiferença.
E tudo isso é sono.
Meu Deus, tanto sono!...
[1935]
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